HISTÓRIA DA CAPOEIRA

Diversas são as hipóteses que explicam a origem da capoeira, no entanto não há um consenso entre pesquisadores e capoeiristas de como se deu o desenvolvimento e aprimoramento da luta.

Há os que defendem a idéia de que a África seja o berço da capoeira. Outros pensam ser a luta uma criação dos africanos e seus descendentes afros brasileiros em território nacionais. Independente de onde tenham surgido os elementos que figuram nos ritos da capoeira, foi em solo brasileiro que ela foi consolidada da forma em que é conhecida e ensinada atualmente. A história da luta tem início no Brasil escravocrata, onde os negros africanos de etnias diferentes dividiam o espaço nas senzalas. Até meados do século XIX era permitido aos negros expressar sua cultura através da dança, música e religião.

Tais manifestações culturais originárias de tribos africanas foram se mesclando até surgir, notadamente em 1810, os primeiros registros da Capoeira: luta expressa em forma de dança acompanhada por instrumentos de percussão. Hoje a Capoeira é praticada por todos (independente de classe, cor, religião). Hoje a Capoeira cruzou os mares e já é difundida em outros países, é apreciada até mesmo em países cujo racismo é muito grande, aproximando assim diferentes culturas (assim como era nos seus primórdios).

Hoje saber Capoeira não é só saber lutar para se defender, hoje saber Capoeira é saber, é conhecer um pouco da nossa história, do Brasil!!!
A riqueza da capoeira é imensa e seu valor histórico, cultural e educacional, são indiscutíveis. Por isso é preciso que o brasileiro conheça e aprenda a respeitar, valorizar e preservar essa cultura.

O ritual da capoeira acontece sempre numa roda, onde no centro dois Capoeiristas executam os movimentos , acompanhados por instrumentos como Berimbau, Atabaque e Pandeiro, que marcam os diferentes ritmos para o desenvolvimento do jogo. Todos os presentes cantam as músicas características e acompanham com palmas. A Capoeira foi e continua sendo parte da nossa história, eis a razão suficiente para importância e necessidade de conhecê-la e preservá-la.

 

 

Notícias

BATIZADO 2010

28-08-2010 13:49
  PROGRAMAÇÃO: 22/09: Curso com Mestre Cesar – Capoeira Palmares. Local: Instituto Jesus às...

Galeria de Fotos: Capoeira Resistência

 

Mestre Pastinha: Vicente Ferreira Pastinha – o Mestre Pastinha, nasceu em 05 de abril de 1889, em Salvador, Bahia. Filho do espanhol José Senhor Pastinha e da negra Raimunda dos Santos. Conta à história que em sua infância Vicente F. Pastinha era um menino franzino e que sempre apanhava de um garoto mais forte quando o encontrava.

Da Janela de uma casa, próximo do local onde os meninos brigavam, um negro chamado Benedito observava, até que um dia cansado de ver Pastinha apanhar o chamou e disse: “Você quer encarar o garoto mas não pode. Ele é maior e mais vivo que você, por isso o tempo que você gasta empinando raia, vem aqui que eu vou te ensinar uma coisa de muito valia!" Depois de um certo tempo de treino com o Mestre Benedito afirmou a Pastinha que já poderia encarar o menino e como de costume cruzou o caminho do garoto e a briga começou, mas este dia Pastinha levou a melhor. Tornaram-se amigos depois do ocorrido. Em 1941, funda o seu "Centro Esportivo de Capoeira Angola", localizado no Largo do Pelourinho, n. º 19, era lá no casarão 19 que o velho Mestre Pastinha ensinava a capoeira angola e apresentava-se aos turistas do mundo inteiro, com seus amigos capoeiristas como: Totonho de Maré, Traíra, Gato, Bilusca, Daniel Noronha, Samuel Querido de Deus, Bugalho, Aberrê, Amorzinho, Sete Mortes, etc., e com seus alunos João Grande e João Pequeno e outros. Pastinha ficou famoso, começou a receber convites para apresentar-se com seu grupo em outros estados.

Representou o Brasil no "Premier Festival Internacional de Arts Negres", em Dakar – África, realizado em abril de 1966, a convite do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, para integrar a delegação brasileira. Pastinha recebeu várias homenagens dos participantes e promotores do Festival, sendo considerado a atração máxima. Em 1964 Pastinha lançou um livro: "Capoeira Angola", mais tarde lança um disco com toques e músicas de capoeira. Pastinha pintava, fazia poesias e músicas para a capoeira. "Mandinga de escravo em ânsia de liberdade, seu princípio não tem método, seu fim é inconcebível ao mais sábio dos mestres", é a sua definição do jogo da capoeira. Elogios não faltaram a Mestre Pastinha, alunos também. A casa sempre cheia de amigos, e a capoeira vivendo íntima e tranqüilamente com o velho mestre. Porém o sonho acabou!

Um dia chegaram os homens e disseram a Pastinha que iriam começar as reformas do conjunto arquitetônico do Pelourinho, e que ele sairia dali, mas que não se preocupasse que assim que o prédio estivesse reformado ele voltaria para sua academia. Pastinha se foi! Tiraram seus ganha pão e a prefeitura lhe deu uma mesada de Cr$ 300,00 por mês para ele, com mulher e filhos, sobreviver. Seus pertences da academia: bancos, atabaques, refletores, aparelho de som, berimbaus, quadros pintados por ele, retratos de amigos e alunos, etc., ele perdeu. Mandaram que ele colocasse tudo num canto que tomariam conta. Quando ele foi procurar ninguém sabia, e tudo ficou por isso mesmo.

Pastinha foi morar num quarto alugado, na rua Alfredo Brito, 14, ali mesmo no Pelourinho. Um quarto pequeno, sujo, sem janelas, junto a prostitutas e marginal, um verdadeiro cubículo onde não cabia nem o fogão, que ele colocou na porta e é onde D. Nice (sua mulher) prepara o pilão do Mestre. Quando seus amigos lhe disseram que sua academia era hoje o SENAC, e que tinham construído um teatro, um restaurante de comidas típicas e uma arena de apresentação de grupos folclóricos para turistas e que ele o Mestre, não mais teria sua academia, Pastinha caiu em uma depressão sem igual, se mantendo apenas com sua filosofia de vida e sabedoria adquirida por longos anos: "não tenho ambições, não quero nada de mais. O que preciso? Um lugar para ficar, onde possa ganhar algum dinheiro para viver. Trabalhei para muita gente da sociedade, mas dela nada espero; passo com estes quatro vinténs e a ajuda da companheira" - "Meu Santo é forte para resistir às pressões de inimigos, invejosos de título de MESTRE, que a mim não traz valia". Em 13 de novembro de 1981, aos 92 anos de idade, abandonado pelos órgãos públicos e pela maioria de seus alunos, morre Mestre Pastinha, deixando uma enorme perda para a Capoeira Angola.

“Capoeira é tudo que a boca come”
Mestre Pastinha.